"As terríveis conseqüências do pensamento negativo são percebidas muito tarde." Paulo Freire

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Ciência e Política: Duas vocações

"Jamais será ultrapassada uma obra de arte verdadeiramente acabada, tampouco envelhecerá. Qualquer um dos que a contemplem apreciará, provavelmente de forma diferente, a sua significação, mas jamais poderá alguém dizer e uma obra verdadeiramente acabada que ela foi ultrapassada por uma igualmente acabada.


Entretanto, no domínio da ciência todos sabem que a obra construída terá envelhecido dentro dez, vinte ou cinquenta anos. Em verdade, qual o destino ou, melhor, a significação, em sentido muito especial, de que está revestido todo o trabalho científico, assim como, aliás, todos os outros elementos da civilização sujeitos à mesma lei?


É o de que toda obra científica acabada não tem outro sentido senão o de fazer surgirem novas indagações. Portanto, ela pede que seja ultrapassada e envelheça.

Todo aquele que pretende servir à ciência deve resignar-se a esse destino".


WEBER, Max. Ciência e Política. Duas Vocações. 1998. São Paulo: Editora Cultrix

domingo, 9 de dezembro de 2007

Maximizando o uso do seu 13º salário

Desde o mês de novembro os trabalhadores brasileiros, assalariados e pensionistas da Previdência Social, estão recebendo o 13º salário (entre 30 de novembro e 20 de dezembro).
O montante desses pagamentos representa, segundo estudos do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos - DIEESE, aproximadamente, R$ 64 bilhões e movimentará fortemente a economia no segundo semestre.

Nesse momento, ao receber esses recursos, sempre ressurge o mesmo dilema: “como empregar bem o meu 13º salário?”.

Na prática é preciso separar essa população em três grupos: os inadimplentes, os endividados, mas sem atrasos e os que possuem sobras de recursos.

As principais dívidas a quitar, segundo estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade – ANEFAC, por prioridade, são: cheque especial (33%), cartão de crédito (25%), regularização do nome em órgãos como o SERASA e SCPC (22%), prestações do comércio em atraso (12%), financiamento bancário (5%) e outros débitos como telefone, escola e tarifas públicas (3%).

Outros entrevistados utilizarão seu 13º salário para comprar presentes (15%), pagar os impostos no começo do ano, como IPTU e IPVA, (11%) e reformar a casa (4%). É bom pensar nesses impostos de janeiro e aproveitar para quitá-los, pode-se obter descontos vantajosos.

A pesquisa mostra que 63% dos entrevistados, com vínculo empregatício e amparados pela CLT, colocam as dívidas como prioridade na lista do que fazer com o 13º salário. Essa proporção é superior a outras amostras em anos anteriores.

Aos que estão no primeiro grupo, dos inadimplentes, a orientação é para que liquidem dívidas. Liste todas os seus credores e comece a pagá-los, dos menores aos maiores valores, afinal ninguém quer conviver com pressão de cobradores eternamente. Em seguida, e muito importante, pague as dívidas cujas taxas de juros sejam expressivas. Neste caso inclua as dívidas com cartão de crédito e cheque especial, líderes nesse quesito.

Você precisará de muita disciplina para não recair em novas dívidas, nas tentações e apelos das campanhas de marketing desta época.

A situação daqueles do segundo grupo é um mais tranqüila. Possuem obrigações, entretanto, não há atrasos, não há inadimplência.

Façam as contas e, se houver chance de pagar antecipadamente alguma dívida contratada com taxas de juros elevadas, não perca tempo. É seu direito obter descontos no mesmo patamar contratado.

Não se esqueça de dar uma olhada não só nos gastos de final de ano, mas, também naqueles que virão no início de 2.008, como o IPVA, IPTU, matrícula escolar, material escolar, entre outros.

O terceiro grupo causa-nos (boa) inveja, aqueles que possuem sobras de recursos.

Capitalizados, farão suas compras à vista. Poderão escolher um roteiro e ter uma viagem sem dores de cabeça e, acima de tudo, entrarão em 2.008 com excelentes perspectivas, isso sem contar a grande possibilidade de aplicação das sobras em operações rentáveis do mercado financeiro. Neste caso vale a pena distribuir racionalmente seus recursos, pensando, inclusive, no mercado de ações, desde que procure as devidas orientação de especialistas.

O desafio está lançado aos inadimplentes e aos enforcados em geral, aqueles que não conseguem poupar nada, nem o 13º. Para estes a dica é, necessariamente, planejamento e determinação para chegar ao terceiro grupo, e lá permanecer.

A boa gestão dos seus recursos é a senha para melhores momentos em sua vida. É preciso maximizar cada centavo recebido, sempre, e só gastar de acordo com o previsto em seu orçamento.
Boa sorte em 2008.

(Texto de Reginaldo)

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Professora da Unicamp analisa concentração bancária na América Latina

(São Paulo) O intenso processo de concentração no sistema financeiro mundial, em especial na América Latina, foi o tema da apresentação da professora Maria Alejandra Caporale Madi, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. A palestra fez parte da mesa temática "Conjuntura Internacional e o Sistema Financeiro", que ocorreu nesta manhã do dia 22 como parte da 3ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais.

A professora chamou a atenção para a impressionante movimentação de capitais a partir de 2006, na forma de compra e venda de patrimônio. Segundo ela, grandes “players” globais e regionais intensificaram um processo de aquisição de outras instituições, ampliando fortemente a concentração do setor financeiro. Os bancos brasileiros aparecem como compradores regionais, mas há outros, com destaque para a atuação cada vez mais intensa de bancos canadenses. Uma outra novidade nesse processo é o papel dos Estados, que participam do processo de concentração por meio dos bancos públicos, que passam a comprar outras instituições.

Nesse sentido, Alejandra vê um crescimento expressivo da participação de Citigroup e HSBC na América Latina, um aumento mais moderado da presença do BBVA e uma reorganização do espanhol Santander, que sai de alguns países e intensifica sua presença em outros.

Um outro fator que deverá intensificar ainda mais esse processo, segundo Alejandra, são os acordos da Basiléia II, que pretendem reorganizar as regras do sistema financeiro internacional. "Os acordos deixam claro que as assimetrias fazem parte do projeto neoliberal", disse a professora. Ela explica que os bancos têm encontrado dificuldades em cumprir as cláusulas que pedem ampliação do capital. "Os grandes bancos têm mais facilidade para conseguir recursos. As empresas menores terão mais dificuldades e isso acabara aumentando a concentração", avaliou.

A América Latina tem uma boa situação hoje, pois nunca possuiu tantas reservas acumuladas. Por isso mesmo foi menos atingida pela recente crise financeira internacional. Mesmo assim, os impactos dessa crise foram sentidos, na forma de perdas para bancos internacionais como JP Morgan e HSBC. "Mas é importante avaliar o impacto dessa concentração de mercados e renda numa região em que 44% das pessoas estão abaixo da linha da pobreza", avaliou a professora.

Fonte: Contraf-CUT
Disponível em <
http://www.contrafcut.org.br>

A importância dos Bancos Públicos Federais

O papel dos Bancos Públicos está baseado no fomento ao desenvolvimento econômico e social brasileiro, com oferta de crédito e serviços em melhores condições e atender a um amplo público em todas as regiões do país.
Não raras são as regiões em que apenas os bancos públicos, dadas essas premissas, prestam serviços e levam o acesso ao crédito e aos serviços sociais. O sistema financeiro privado, por não ter interesse, pouco atua em regiões extremas e de renda mais baixa.
Por muitos anos a oferta de crédito agrícola e de financiamento habitacional esteve restrita ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal - CAIXA, respectivamente.
Essa atual retomada do crescimento sustentado e a consolidação de um quadro macroeconômico de maior solidez frente às oscilações externas, lastreadas, por exemplo, na queda da relação dívida externa/exportações ou nos menores níveis do risco-país, estimulam a oferta de mais crédito, o que incentiva a continuidade do movimento de expansão, principalmente quando financia novos investimentos. Portanto, com o fortalecimento da presença institucional e a manutenção do bom desempenho macroeconômico, o crédito deverá continuar crescendo nos próximos anos, levando o Brasil a ter, no médio prazo, uma relação crédito/PIB próxima das economias mais desenvolvidas.

Nos últimos anos, os bancos públicos federais iniciaram um esforço de inclusão bancária das parcelas de menor renda da população e, por outro lado, ofereceram de forma mais ampla o crédito com desconto em folha de pagamento, modalidade de crédito que apresenta um spread significativamente inferior e, portanto, uma menor taxa de juros paga pelo tomador, comparativamente às outras linhas de crédito oferecidas.
Enquanto isso, alguns grandes bancos privados impõem restrições ao crédito consignado para os seus clientes com a justificativa de evitar a redução do spread médio de suas operações.

Quanto ao financiamento de longo prazo na economia brasileira, ainda permanece quase que restrita ao ofertado pelos bancos públicos.
No fornecimento de crédito de longo prazo para a realização de investimentos industriais ou comerciais o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES é praticamente exclusivo; no financiamento imobiliário destaca-se a presença da CAIXA e, apenas recentemente, passou a ter a companhia de bancos privados, mesmo ainda detendo mais de 60% deste mercado, muito disso em função das melhores condições de taxas de juros e prazos na avaliação e aprovação das demandas que recebe.
O compromisso dos Bancos Públicos

Os bancos estatais, nos últimos anos, passaram a manter um compromisso público, dado o reflexo de sua atuação, vinculado aos objetivos maiores de crescimento econômico e distribuição de renda, em meio à sua maior eficiência e competitividade.
O futuro dos bancos públicos, vez ou outra, é posto em questão por aqueles que apontam distorções da sua presença na economia nacional, além de estarem, freqüentemente, submetidos às análises criticas daqueles que desejam o seu fim. Muitos omitem o fato de, em função dos crescentes lucros auferidos, que estes resultados são repassados ao Tesouro Nacional e garantirão ao Governo Federal o cumprimento das obrigações e cronogramas de investimento, custeio, pagamentos de programas de transferência de renda, juros etc. Ou seja, parte dos lucros alcançados pelos bancos públicos volta para a sociedade.

Nas atuais condições de concorrência bancária e de restrições fiscais do governo federal, um banco público precisa ser eficiente e competitivo, e assim obter ganhos com as suas operações para ser capaz de investir em tecnologia, expansão física e melhoria de produtos e serviços. (Sobre concorrência bancária falaremos em outro "post", em breve)

Um banco pode ser público e ter compromisso social e obrigações com as políticas de governo e, ao mesmo tempo, ser eficiente e competitivo. A preservação do caráter público e do compromisso social exigirá - no próximo período – uma maior articulação e coordenação da ação das instituições financeiras federais e a contínua elevação da sua eficiência e competitividade, seja nas suas ações estritamente sociais, seja naquelas tipicamente relacionadas à atividade bancária. Caso contrário, os interesses privatistas – sempre à espreita, mesmo quando aparentemente adormecidos – terão maiores oportunidades de retomar sua voz.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

O Boom das Commodities e a proposta tarifária de Bresser

Nos últimos anos a alta do preço das commodities vem sendo um dos fatores mais importantes da economia global, alavancados, principalmente, pelo forte crescimento do consumo nos países Asiáticos, que além de apresentarem uma população excessivamente grande, logram altas taxas de crescimento econômico.

O Brasil, por sua vez, é um dos países beneficiados por esta conjuntura. A fartura de terras e de recursos naturais possibilita à economia brasileira uma grande vantagem comparativa nesse mercado, favorecendo a elevação do grau de especialização da economia e de competividade das exportações deste segmento, revertidos em impactos positivos quanto ao crescimento econômico e saldo da balança comercial.

Com o aumento das exportações de commodities e, conseqüentemente, forte entrada de moeda estrangeira no mercado nacional, a moeda brasileira tende a seguir a tendência de valorização cambial. Isto, por sua vez, torna-se prejudicial, principalmente, para o setor industrial, especialmente o intensivo em mão de obra, que vêem na valorização cambial uma barreira para continuidade de suas vendas externas, podendo com isso acarretar em redução de suas atividades produtivas e gerando, consequentemente, desemprego.

Segundo o Economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, uma alternativa para conter a continuidade da valorização cambial e possivelmente aliviar a situação da indústria, seria a taxação das exportações de commodities. Essa proposta atuaria de duas maneiras: com o tributo, o governo teria um aumento da poupança doméstica o que permitiria a compra de reservas, reduzindo o volume de moeda estrangeira circulando no mercado; o segundo seria a redução das exportações das commodities por conta da tributação. Esses dois aspectos favoreceriam a desvalorização cambial, possibilitando um aumento da competitividade da indústria.

O grande problema dessa proposta é que a economia brasileira já possui uma carga tributária elevadíssima e um imposto a mais não seria visto como fator positivo. Além disso, o crescimento das exportações não está vinculado somente às exportações de commodities. Graças aos investimentos efetuados ao longo dos últimos 10 anos, visando o aumento da competitividade brasileira e desvinculação da dependência financeira, o Brasil atualmente possui uma gama diversificada de produtos exportáveis que, conjuntamente, favorecem para o resultado superavitário da balança comercial.

Desta forma, o impacto sobre o câmbio não seria de todo eficaz, uma vez que não há uma hegemonia na pauta e que somente um imposto com uma complexa e diferenciada estrutura de alíquotas sobre os exportáveis poderia causar efeitos sobre o câmbio, mas sem deixar de trazer prejuízos a produtividade e ao emprego.

Texto baseado em artigo da Revista Conjuntura Econômica – Setembro 2007

Jovens Economistas

Contas Públicas: seja cidadão e fiscalize

Já faz tempo que não me deixo levar pelas análises sensacionalistas e apocalípticas de alguns “jornalões tradicionais” ou pelos especialistas de última hora que nos enchem os tímpanos com os escândalos do dia, pregando que o mundo acabará imediatamente após a edição do Jornal da Globo.

Fala-se muito dos gastos públicos, da (ir)responsabilidade fiscal e que tudo está errado. Fazem-nos pensar que o Brasil despenca numa ladeira sem fim.
Entendo o ponto de vista deles, entretanto, diria que existem outras formas de conhecer a execução dos gastos federais sem as “tintas” dos editores de economia desses órgãos da imprensa.

Calma, nem tudo está perdido, pelo menos você poderá verificar a situação das coisas e entender se essas análises são procedentes.

Desde novembro de 2004, existe na internet o Portal da Transparência, criado pela Controladoria-Geral da União, que se constitui num canal pelo qual você poderá acompanhar a execução financeira dos programas de governo, em âmbito federal. Lá estão disponíveis as informações sobre os recursos públicos federais destinados pelo Governo a estados, municípios e Distrito Federal e diretamente ao cidadão, bem como os dados sobre os gastos do próprio Governo Federal em compras ou contratação de obras e serviços, por exemplo.

Caso queira saber quanto o seu governador (no meu caso o José Serra) recebeu para gastos com Educação ou Saúde ou qual o montante de recursos que deveria ser gasto em Transporte Público, você encontra lá.

Depois de uma olhadinha, você poderá cobrar, com toda a segurança, o seu “Deputado do Coração”, perguntando a ele o que houve com aquele investimento necessário, prometido e não realizado, ainda! Ou, até mesmo, eventuais superfaturamentos em gastos específicos.

Enfim, meus caros, acessem
http://www.portaltransparencia.gov.br/ e tirem suas conclusões. Caso precisem de ajuda, consultem um economista!

Amplexos,
Jovem Economista

domingo, 4 de novembro de 2007

Copa do Mundo no Brasil em 2014, a chance de crescermos.

No fim de outubro desse ano, o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014. Único candidato a sediar a copa do mundo, essa missão tem muito mais a ver com Economia do que com futebol.

Na data de 01/11/2007, o site The Economist publicou um artigo (em inglês) com o seguinte título: The World Cup
Free kicks and kickbacks

Nov 1st 2007 SÃO PAULO
From The Economist print edition


O artigo menciona que o Brasil possui uma inegável e interminável gama de atletas que serão, sem dúvida alguma, candidatos a ganhar mais um título mundial.

Mas também menciona que para abrigar um evento desse porte, a rede de serviços necessária e envolvida, precisará e muito de reformas urgentes. Se a copa fosse nesse ano de 2007, com certeza seria um fiasco, não por parte do futebol que seria apresentado, e sim quanto à locomoção das pessoas, seja pelos aeroportos, estradas e também no quesito segurança.

Por esse motivo, que a pouco menos que sete anos de acontecer o evento, o Brasil possui um bom tempo para planejar e executar as obras necessárias em infra-estrutura para sediar o evento. Mesmo que seja forçado a isso.

Temos que lembrar que “Reformas em Infra-Estrutura”, é a bandeira levantada por muitos economistas especializados em desenvolvimento econômico há muito tempo. Portando os investimentos que serão utilizados para essas reformas serão muito bem vindos e necessários.

Outro ponto de atenção levantado pelo artigo é o fatiamento dos recursos, que ainda nem foram aprovados, pelos estados. Dentre os 12 estados que possivelmente abrigarão os jogos, temos 15 estados candidatos, como por exemplo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Amazonas. E a idéia com certeza não é a de promover o futebol nesses estados, que não possuem “tradição” no esporte bretão. O que norteia esses estados são os recursos para melhorar a infra-estrutura.

Da mesma forma que os Governadores brigam pela repartição do CPMF, já começou a corrida pelos recursos oriundos da Copa.

Temos novamente uma grande chance de melhorar a qualidade de nossos políticos se trabalharmos com rapidez e sem burocracia para promover as reformas necessárias.

Por fim, a vitória no futebol pode até não vir em 2014, mas as melhorias e benefícios poderão ser sentidos a partir de 2015. E quem sabe esse ano marque a nossa história no mundo de forma positiva.


terça-feira, 23 de outubro de 2007

Mais sexo, por favor, somos economistas!

Mais sexo, por favor, somos economistas
Stephen J. Dubner e Steven D. Levitt

Os autores do livro Freakonomics – O lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta, Stephen J. Dubner e Steven D. Levitt, entrevistaram o professor de economia da Universidade de Rochester, no interior de Nova York, Steven E. Landsburg.

O professor Landsburg, habitualmente apresenta teorias provocantes em sua coluna na Slate Magazine (
http://www.slate.com), afirmando, por exemplo, que as mulheres não conseguem suportar pressão ou explicando como a avareza é uma forma de generosidade.

Ele é o autor dos livros "Armchair Economist" e "Fair Play", que são de certa maneira precursores diretos de "Freakonomics".

Seu último projeto é um livro tipicamente ousado chamado "More Sex Is Safer Sex: The Unconventional Wisdom of Economics" [Mais sexo é sexo seguro: a sabedoria anticonvencional da economia].

Acompanhe a entrevista e entenda o divertido e controverso espírito deste professor e escritor.
Para quem conhece o Freakonomics, vai gostar do que vai ler.
Click no link e acesse a entrevista:


http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/freakonomics/2007/06/26/ult3431u31.jhtm

Amplexos,

domingo, 21 de outubro de 2007

Taxa de Juros Inalterada

O Comitê de Política Monetária (COPOM) em última reunião ocorrida nos dias 16 e 17/10, optou pela manutenção da taxa básica de juros (Selic) no mesmo patamar do mês anterior, 11,25% a.a., encerrando com isso uma trajetória de 2 anos de queda.

O alto nível da capacidade instalada da economia (86,1% em Agosto) e o possível superaquecimento da demanda interna são os principais motivos de preocupação dos formuladores da Política Monetária, temendo que a oferta não siga o mesmo ritmo de crescimento da demanda interna causando com isso um processo inflacionário.

Cabe mencionar dois fatores importantes que se contrapõe a decisão do COPOM.

O primeiro foi o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Utilizado pelo Governo Federal para medição das metas inflacionárias, no mês de setembro o IPCA ficou abaixo do esperado, 0,18%, gerando expectativas positivas na economia para redução da taxa Selic.

O segundo fator é a valorização cambial. O câmbio valorizado aumenta a competitividade do mercado interno através do barateamento dos produtos importados, o que por sua vez, inibe a tendência de elevação dos preços internos.

Desta maneira, como forma de analisarmos a decisão do COPOM em manter inalterada a taxa básica de juros (Selic), elaboramos a seguinte pergunta, na qual contamos com sua opinião e contribuição.

O Comitê de Política Monetária (COPOM) agiu PRECIPITADAMENTE ao manter inalterada a taxa básica de juros (Selic)?

Vocabulário Econômico

Inflação: é um processo pelo qual ocorre aumento generalizado nos preços dos bens e serviços, provocando perda do poder aquisitivo da moeda. Isso faz com que o dinheiro valha cada vez menos, sendo necessária uma quantidade cada vez maior dele para adquirir os mesmos produtos.

Capacidade Instalada: é o potencial de produção de determinado setor da economia ou da economia como um todo. Dizer que a economia está trabalhando com 85,00% da sua capacidade é o mesmo que dizer que está com 15,00% de sua capacidade de produção ociosa. Quanto maior a capacidade instalada da economia, maiores são as chances de haver pressão inflacionária.

sábado, 20 de outubro de 2007

A CPMF nossa de cada dia.

Desde a semana passada, está sendo votada pela Câmara dos Deputados a prorrogação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira - CPMF até 2011. Lembro que, em 30/08/2007, o Jornal Nacional da Rede Globo apresentou uma matéria informando que os brasileiros trabalhavam, em média, sete dias por ano para pagar a contribuição. Claro que, pelo ponto de vista do jornal Global, a cobrança não deveria continuar. Lembro, ainda, ouvir o âncora dizer que os pobres é que mais sofrem com a sua cobrança.

A alíquota, em seu lançamento, em 1993, ainda como Imposto sobre Provisório sobre a Movimentação Financeira – IPMF, era de 0,25%, com vigência até dezembro de 2004.
Em 1996 aprovou-se a criação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira – CPMF, com a alíquota de 0,2%, com vigência até 1999, com a vinculação dos recursos à Saúde Pública. Foi prorrogada em 1999, com a alíquota de 0,38%, até 2002. Sendo novamente alterada e vigente até 2004 com a mesma alíquota.

Pelo estabelecido a CPMF é uma cobrança que incide sobre todas as movimentações bancárias, exceto negociação de ações na Bolsa, saques de aposentadorias, seguro-desemprego, salários e transferências entre contas-correntes de mesma titularidade.
Como a maioria dos pobres não possui acesso aos bancos e aqueles que recebem salário podem optar pela conta-salário (isenta da cobrança se utilizada dentro das regras previstas), então quem está pagando tanta CPMF assim?

Na grade do curso de Ciências Econômicas, na disciplina "Economia do Setor Público", a CPMF, assim como o pedágio, é exemplo de cobrança, digamos, "mais justa" das tarifas. Explico: Para cobrar a CPMF, o contribuinte precisa manter conta-corrente e movimentá-la. Quem movimenta pouco, pagará pouco, quem movimenta mais, pagará mais, e quem não movimenta, não pagará.
O pedágio das estradas possui o mesmo príncipio, pagam aqueles que utilizam a via. Entretanto, sua cobrança não é progressiva, mas quantitativa. Quanto vezes cruzarem as praças de pedágios, mais contribuirão.

Então, segundo o Jornal citado, o tal do "pobre", que não tem conta-corrente não pagará a CPMF.
Assim como o "pobre", que não tenha carro, ficará livre do pedágio.

O que as pessoas pobres pagam com maior incidência são os impostos sobre o consumo, o que estão embutidos nos preços dos ítens da cesta de consumo, mas esse é outro tema.

O que todos nós temos que avaliar, no caso da CPMF, não é apenas o fato da continuidade da cobrança, mas sim se a sua destinação está correta. Muitos estados e municípios aguardam, ansiosos, para receber os repasses do governo federal, não necessariamente para aplicação em saúde pública, mas sim, para cobrir despesas diversas em outras áreas da administração.

Bem, Jovens Economistas e amigos, quem viver verá o fim dessa novela (que, cá entre nós, terá seu fim prorrogado para 2011).

(Texto de Cleber e Reginaldo).


sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Afinal, o que é Economia?

Existem muitas definições para expressar o real sentido da palavra Economia (aqui tratada como Ciências Econômicas).
Vários devem ser os equívocos cometidos por aqueles que, talvez por desconhecimento, a considerem algo fora do cotidiano das pessoas. Vamos verificar isso!
Uma das definições que considero mais razoável diz que é "Arte ou ciência de bem administrar uma casa ou um estabelecimento público ou privado."
Não tendo nada a ver com moderação ou contenção nos gastos, no sentido de ser econômico, parcimonioso ou austero.
Concordo com a atribuição de "Ciência que trata da produção, distribuição, acumulação e consumo de bens materiais."
Considero quando classificam como a "Ciência que estuda a atividade produtiva", abordando os problemas relacionados ao uso mais eficiente de recursos materiais escassos para a produção de bens e serviços; estudando as variações e combinações na alocação dos fatores de produção (terra, capital, trabalho, tecnologia).
Enfim, uma ciência social.
E você? Como define as Ciências Econômicas?

Inicio da conversa

Caros amigos,


Esse Blog tratará de temas relativos às Ciências Econômicas em vários de seus aspectos.
A partir de um seleto grupo de jovens economistas e com a ajuda de amigos, professores e colegas, economistas ou não, faremos o possível para manter a frequência dos "post" no Blog e fugir à aridez do tema. O "Economês" ficará de lado sempre que possível.

Por que não diminuir a distância que existe entre os cidadãos comuns e os assuntos pertinentes às Ciências Econômicas? Esse é o desafio.

Convidamos a partilharem esse caminho e contamos com a fraterna colaboração de todos.


Amplexos,


Jovens Economistas