"Jamais será ultrapassada uma obra de arte verdadeiramente acabada, tampouco envelhecerá. Qualquer um dos que a contemplem apreciará, provavelmente de forma diferente, a sua significação, mas jamais poderá alguém dizer e uma obra verdadeiramente acabada que ela foi ultrapassada por uma igualmente acabada.
Entretanto, no domínio da ciência todos sabem que a obra construída terá envelhecido dentro dez, vinte ou cinquenta anos. Em verdade, qual o destino ou, melhor, a significação, em sentido muito especial, de que está revestido todo o trabalho científico, assim como, aliás, todos os outros elementos da civilização sujeitos à mesma lei?
É o de que toda obra científica acabada não tem outro sentido senão o de fazer surgirem novas indagações. Portanto, ela pede que seja ultrapassada e envelheça.
Todo aquele que pretende servir à ciência deve resignar-se a esse destino".
WEBER, Max. Ciência e Política. Duas Vocações. 1998. São Paulo: Editora Cultrix
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